Domingo, ?? de novembro de 2014. O peso do fracasso machuca meus ombros e curva minhas costas. O frio que sinto é prova de falta de um cobertor de segurança que não me protege. Por que desisti de mim? Por quê?! Por que me deixei cair na masmorra do Nada, absorvendo meu sangue e minha vida, se alimentando das minhas boas ideias e da minha energia criativa? Não, não faço parte do grupo dos que venderam sua alma para permanecerem vivos e bem, não, eu sofro na pele enquanto essa mesma pele é ferida, arrancada de mim. E já não posso me esconder, não posso tapar o rosto com as mãos pois não há mais carne nelas, e eles veem meu rosto fracassado e úmido por entre a brancura de meus ossos trincados. Já não posso me virar para a parede para o ocultar-me dos demônios que gritam FRACASSO-FRACASSO-FRACASSO-FRACASS-FRACA-FRACO. Eles gritam e me chutam e me estapeiam e eu me pergunto o que fiz de errado, onde dei o passo em falso, eu não quis me vender, não quis perder a mim mesmo? Foi isso? Quais me...