"O amor é o grande manifesto; a urgência de ser, de ter alguma importância e, se a morte vier, morrer com valentia, com clamor – em suma, permanecer na memória." C esare Pavese Não quero algo vazio e sem sentimentos, só porquê daqui a pouco vamos morrer. Quero algo intenso, fluído, colorido, justamente porquê daqui a pouco vamos morrer. Tudo e nada coexistem no vazio preenchido pelo meu próprio sentir, limitado pelo meu próprio existir. Continuo a busca, molhando os pés na poça de água da chuva, e é intenso. Sinto a necessidade de ser e existir arder em meu peito, e dói, dói como a dor de um parto, como a dor da limpeza da ferida que infeccionaria. Sim, o Grande Manifesto me impusiona e me lança para a frente, mas sinto meu corpo se partir e se fragmentar pois meus pés não se movem. Correntes de tristeza e melancoli...
Para as gotas de lágrima que choveram e foram medidas em ML Meu querido, se você olhar para o céu durante o dia, é improvável que ele esteja totalmente limpo, com sua aparente cor azul uniforme. Tal qual um quadro em branco bombardeado por gotas de tinta, estão presentes nos firmamentos as nuvens, quebrando a monotonia da certeza monocromática. Entre as mais comuns estão as Cumulos, que formam-se na camada mais baixa da atmosfera. Porém chega. Não é de ciência meteorológica que vim falar, apesar de que as metáforas talvez sejam inevitáveis, já que assim como nuvens se condensam e chovem água sobre a terra, eu condenso e chovo palavras sobre o papel, embora nossa modernidade me leve à transferir da celulose para o celular, com o perdão do péssimo trocadilho. Mas eu, meu amigo, você bem o sabe, sempre fui uma completa paradoxo. E embora os meus cadernos e o bloco de notas tenha virado um cemitério de textos bons que talvez ninguém nunca venha à ler, eu ainda gosto de me expressar at...
ao longo da minha vida, parecia que eu sempre acabava em um ponto no qual eu tinha vontade de virar um fantasma. ir para outra cidade, simplesmente partir e recomeçar do zero, novo local, novas pessoas. como se isso de alguma forma fosse me livrar da culpa do passado. e novamente eu me encontro nesse estado, nesse desejo de partir e recomeçar do zero. e mais uma vez eu não vou fazer isso, não porque não queira, mas simplesmente porque não tenho como. acho que no fim era só um planejamento de uma forma de me matar mais branda. se ninguém mais soubesse de mim e eu não falasse nunca mais com ninguém que conhecesse o meu passado, seria uma forma de morrer sem medo, sem dor. nem a morte resolveria o que eu causei. resta seguir. mordendo a língua até sangrar pra não chorar. apertando os dedos pra evitar soluçar. tomando sorvete com gosto de lágrima no fim do mundo. me odiando mais do que qualquer outra coisa no mundo. eu nunca nunca vou poder ser sincero com alguém. como estragar a imag...
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